Na semana passada, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperavam por uma diminuição ainda maior nos juros básicos da economia após a redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic.
Queda dos juros básicos após redução da taxa Selic
A forte queda da inflação levou o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC a cortar os juros pela primeira vez em três anos.
Levando a Selic de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano.
De acordo com o Boletim Focus desta segunda-feira (7), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC com a expectativa de instituições financeiras.
O mercado espera que a taxa básica encerre 2023 em 11,75% ao ano, sendo que na semana passada a previsão era de 12% ao ano.
Além disso, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano até o fim de 2024. Para os anos de 2025 e 2026, a previsão é de que a Selic se estabilize em 8,5% ao ano.
VEJA TAMBÉM: O que é Finanças Corporativas: Entendendo o Mundo dos Negócios
Impacto da Selic na economia e no crédito ao consumidor
É importante ressaltar que a última vez em que o BC reduziu a Selic foi em agosto de 2020, em meio à contração econômica causada pela pandemia de covid-19.
Desde então, o Copom vinha elevando a taxa por 12 vezes consecutivas, em um ciclo que começou em março de 2021.
Essa série de aumentos ocorreu devido à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis.
A partir de agosto de 2021, a taxa se manteve em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
A taxa Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, busca-se conter a demanda aquecida, o que impacta nos preços ao encarecer o crédito e incentivar a poupança.
No entanto, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na definição dos juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Portanto, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Por outro lado, quando o Copom reduz a Selic, espera-se que o crédito fique mais barato, estimulando a produção e o consumo, o que reduz o controle sobre a inflação e impulsiona a atividade econômica.
Em relação à inflação, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se manteve em 4,84% neste ano, segundo o Boletim Focus.
Projeções para a taxa Selic até 2026
Para 2024, a projeção é de 3,88%, enquanto para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para ambos os anos.
As projeções para a inflação estão acima do teto da meta estabelecida pelo CMN, que é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior é de 4,75%.
O BC estima que há 61% de chance de a inflação superar o teto da meta em 2023, de acordo com o último Relatório de Inflação.
Para o crescimento da economia brasileira neste ano, as instituições financeiras projetam uma alta de 2,26% do Produto Interno Bruto (PIB).
Já para 2024, a expectativa é de um crescimento de 1,3%, e para 2025 e 2026, as projeções são de 1,9% e 2%, respectivamente.
Previsões para a cotação do dólar até o fim de 2024
Em relação ao câmbio, a previsão é de que a cotação do dólar fique em R$ 4,90 até o fim deste ano, e em R$ 5,00 até o fim de 2024.
Fonte: Boletim Focus do Banco Central
Paulistano de coração e Formado em Comércio Exterior. Atualmente escrevo para o caderno Financeiro do site Capital Financeiro. Apaixonado por leitura e Doguinhos.